sexta-feira, 29 de abril de 2011

Vamos nadar contra a corrente ou vamos pegar uma onda?

por @tamyris_torres
In Blogmídia8!

O artigo de hoje é sobre o efêmero, fugaz e neófito grande sucesso do YouTube: Felipe Neto. Eu confesso que por um momento quando, ao assistir o vídeo dele sobre política, eu e minha capacidade de acreditar na humanidade achamos que talvez ele teria algo de bom para transmitir aos adolescentes bombardeados de informações diárias. Está cada vez mais complicado de se desenvolver o pensamento que é preciso para se criar algumas reflexões individuais tão necessárias para vivermos em nossa atual sociedade.




Como diria Zygmunt Bauman em "Vida para Consumo", onde expõe sobre a transformação das pessoas em mercadorias na sociedade contemporânea, eu verdadeiramente por um segundo acreditei que esse menino daria certo ao tentar colocar um pouco de esperança autocrítica nos jovens de hoje.

Porém o que eu vi no decorrer dos vídeos foi apenas mais um esbravejando sobre as celebridades do momento. É mais uma grande estratégia para internet: atrair cada vez mais seguidores para ser subscrito, curtido, entre os outros neologismos que aprendemos todos os dias em cada nova rede social.

O artigo não está estritamente relacionado com a frase “nadando contra a corrente”, mas é que algumas coisas me deixam afrontada e desiludida, pois eu sei que podemos usar a web a nosso favor, que podemos, além de brincar de fazendinha e de ver vídeos legais no YouTube, usá-la também como um espaço igualitário em que podemos observar, criar e, principalmente, desenvolver a nossa crítica, sabendo os porquês das coisas e não nos deixar sermos levados como uma onda no mar.

Mais uma vez citando Zygmunt Bauman, as pessoas precisam entender de uma vez por todas que vão ficar obsoletas com o impacto da conduta consumista em vários aspectos como política, identidade, conhecimento, etc. E eu pensei que o @felipeneto tivesse vindo para contribuir, mas o que eu vi foi só mais um no meio da multidão buscando mais views.

Vide o vídeo dele chamado Fiukar (no início do post). Ele observa que os fãs de Fiuk são idiotas, que não sabem o que fazem e ofende publicamente todos os fãs. Não que eu seja uma, mas pelo menos respeitar a opinião alheia é preciso. Além de tudo, diz que o Fiuk não ama seus fãs e que nem conhece seus seguidores. Mas e ele? Ele diz que não ama, mas que também não odeia, mas será que ele não se contradisse quando pontua que o propósito é transformá-los em uma “massa de manobra e fazer tudo o que eles querem (...) para os artistas conseguirem transformar uma massa de adolescentes em uma massa de manobra eles agem mais ou menos assim: ô galerinha bonitinha, votem em mim, votem em mim (...)”.

Agora me diz o que ele está fazendo quando pede para “gostar” e para “inscrever-se”? “Porque ter uma penca de fã babaca é essencial para ganhar qualquer tipo de votação (...). Eles precisam de uma massa de manobra para poder assistir, para poder criar audiência (...). Então como eu falei no início do vídeo: vocês estão sendo enganados”.

Não é criticar por criticar, mas é bom a gente perceber que nem tudo que aparentemente soa revolucionário na verdade é revolucionário. E também não é para perdemos totalmente as esperanças, mas sim criarmos força para melhoramos. Se existem muitos vídeos do tipo e que fazem sucesso, parte disso também deve ser analisada. Se estão nos trending topics ou nos mais vistos do YouTube é porque cabe ressaltar que o problema está tão enraizado que não nos percebemos defrontados com as estatísticas.

Oras, se está bombando é porque temos leitores e telespectadores que dão atenção. Onde está o X da questão? Onde devemos intervir para buscar resultados quali-quanti? O que os jornalistas têm a ver com isso? O que você, comunicador, pode fazer para mudar? Será que queremos mudar? Vamos nadar contra a corrente ou vamos pegar uma onda?

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