quarta-feira, 1 de junho de 2011

Jornalismo: as entrevistas de ontem e as de hoje




Escrever não é tão fácil assim. Já ouvi muitos comentários a respeito da profissão do jornalista. Que é só escrever e pronto, matéria entregue. Mas, o que se costumam esquecer é o que tem por trás da matéria ou reportagem finalizada.

O que aparentemente não tem muito valor é o que torna o nosso texto atrativo, vívido e capaz de atingir seu público-alvo e, se chama entrevista. Com ela, pode-se demonstrar através das palavras de alguém que conhece mais que você determinado assunto e elucidar o leitor com segurança e certeza que a comunicação foi feita eficazmente.

Há uma série de técnicas a serem seguidas para compor o texto e deixar a entrevista estrategicamente posicionada. O que vem acontecendo entre as redações, assessorias e outros nichos da comunicação é que as entrevistas estão se tornando algo secundário, sem muita importância.

Digo isso porque, com as facilidades proporcionadas pelas tecnologias da informação, a rapidez com que o jornalista tem de lidar diariamente com a notícia acaba por transformar alguns fatores importantes em valores de segunda instância, como a entrevista de uma fonte.

Acredito que o contato humano entre as pessoas seja uma ótima forma de ver e sentir o que cada um pode dizer sobre o assunto sabatinado em questão. Contudo, tem-se preferido mandar as entrevistas por e-mail. Isso é causado devido, como eu disse antes, pela agilidade das informações que um jornalista precisa se envolver por dia. A cada instante a notícia é atualizada em portais e passar uma hora num café da cidade entrevistando uma fonte é entendido como uma hora perdida na frente do computador.

As relações político-sociais estão mudando com muita intensidade. Algumas delas, eu acredito serem prejudiciais. Temos vivido mais fechados, estamos nos individualizando mais a cada década e o sentimento de coletividade não é tão forte e pujante como antes. Acho que isso não é novidade para ninguém, vários cientistas sociais já dissertaram sobre este assunto. Por conseguinte, estou aqui deixando registrado aos jornalistas que nossas fontes de inspiração são as pessoas, porque sem sociedade não há notícia. E texto redigido de forma impessoal já tem muitos por aí. O desafio seria, nos dias de hoje, conseguirmos redigir matérias que tenham a mesma poesia do jornalismo da década de 1920. As pessoas esquecem de tudo, inclusive do que é bom.

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